26 de fevereiro de 2009

Gli Schei

In tutto il Veneto, con il termine schei, vengono indicati, ormai da molti anni, i soldi in generali, fin dal tempo in cui il Lombardo-Veneto si trovava sotto la dominazione austrica. In quell´epoca erano in circolazione le lire italiane e la moneta austriaca, cui sostituirono lo “zechin” che era la moneta della Repubblica Veneta. Il centesimo della lira italiana si chiamava nel veneto di “centesimin” e quello austriaco, di valore um po’ inferiore, veniva chiamato “scheo”. Il termo ha avuto origine dal fatto che sui centesimi austriaci era coniata la dicitura “Scheidemünze”. Con la dificultà di pronunciare bene questa parola straniera i veneti soltanto leggevano l´inizio della dicitura, cioè “schei”, per indicare il plurale e “scheo” per il singolare. Il termine si è affermato nella lingua veneta per indicare denaro.
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Em todo o Vêneto, o termo “schei”, era usado há muitos anos, para denominar o dinheiro em geral, desde o tempo em que a Lombardia e Vêneto se encontravam sob a dominação austríaca. Naquela época estavam em circulação as liras italianas e a moeda austríaca, as quais substituíram o “zechin” que era a moeda da República de Veneza. O centésimo de lira se chamava “centesimin” e da moeda austríaca, que tinha um valor um pouco inferior, se chamava “scheo”. Este termo teve origem pelo fato que sobre os centésimos austríacos estava cunhada a inscrição “Scheidemünze”. Devido a dificuldade de pronunciarem bem esta palavra estrangeira, os vênetos somente liam o início da inscrição, isto é “schei”, usado para indicar o plural e “scheo” para o singular. O termo se firmou na língua veneta para indicar dinheiro em geral.

Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta – Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

24 de fevereiro de 2009

Calamidade no Vêneto da Sereníssima República de Veneza - ano 1779



Addì 10 maggio 1779

Sarà cosa grata a posteri il sapere che in quest’anno si è patita terribile siccità, non avendo mai piovuto ne nevicato dalli mesi novembre 1778 sino addì 10 aprile 1779 - ed ancora oggi ha piovuto lentamente per due o tre ore e non più, cosicché l’umidità tanto bramata non penetrò un solo dito. Tale inaudita siccità si è stesa per tutta l’Italia e persino in Polonia, a molti luoghi dell’Alemagna così pure in Francia e in Spagna. Li 27 aprile verificò una lentissima pioggia. Finalmente il 7 e 8 maggio è piaciuto alla Divina Provvidenza consolarci intieramente, avendo piovuto abbondantemente ove i nostri fiumi Brenta e Piave, che erano quasi dissecati con tanto danno alla navigazione e specialmente con l’essersi resi quasi affatto inefficienti tanti molini sopra medesimi, ciò che arrecava una totale miseria agli afflitti popoli circonvicini. Nelle nostre montagne, tante restarono dissecate, quasi tutte, con estrema desolazione di quegl’infelici popoli che penavano enormemente per dissetare sé stessi e i loro bestiami, persino di notte. Quei pochi, che portati di benigna Provvidenza del Cielo restarono provveduti del bramito liquido, erano sempre circondati di gente da lontani paesi conversa per raccoglierne sino la più minuta stilla. In un pubblico rapporto in data di Madrid, 27 marzo, si legge ciò che segue: “ in tutto questo Regno fanno delle pubbliche Devozioni per ottenere la pioggia, poiché da 7 interi mesi non è caduta una goccia di acqua, lo che ha cagionato infinite malattie e grandissima mortalità”.

Dia 10 de maio de 1779

Será gratificante aos que virão saber que neste ano sofremos terrível seca, não tendo chovido, nem nevado, desde o mês de novembro de 1778, apenas no dia 10 de abril de 1779 – e ainda hoje choveu muito pouco, por não mais de duas ou três horas, sendo que a tão esperada umidade não penetrou um só dedo no solo. Esta rara seca se estendeu por toda a Itália e também na Polônia, em muitos locais da Alemanha e até na França e Espanha. Ali em 27 de abril ocorreu uma breve chuva. Finalmente nos dias 7 e 8 de maio a Divina Providência quis nos consolar inteiramente, tendo chovido abundantemente em nossos rio Brenta e Piave, os quais estavam quase secos, causando tantos danos a navegação, especialmente pelo fato de tornar ineficientes tantos moinhos ao longo dos mesmos, acarretando uma grande miséria às aflitas populações circunvizinhas. Nas nossas montanhas, tantas ficaram secas, com seus habitantes na extrema desolação, sofrendo enormemente para satisfazer as necessidades de água para si e para o gado, buscando água inclusive a noite. Aqueles poucos escolhidos pela providência do céu, que conseguiam obter o esperado líquido, eram sempre circundados de pessoas provenientes de cidades longínquas, ansiosos para obter algumas gotas. Em um documento público de Madrid, com data de 27 de março, se le o que segue: “em todo este reino se fazem súplicas públicas para obter a chuva, pois a 7 inteiros meses não caiu uma gota de água, o que ocasionou muitas doenças e elevado número de mortos”.


Questo racconto originale, ci parla di una gran calamità accaduta tanti anni fa, nel secolo XVIII, già nel finale del potere della Serenissima Repubblica di Venezia, che marcò profondamente i nostri antenati e certamente ha concorso per creare una situazione di miseria cronica nel Veneto. Scritto originalmente in latino dal parroco d’allora, dovuto la sua importanza storica, cent’anni dopo fu tradotta in italiano antico e messa nel libro parrocchiale di 1877, dal Pe. Cristiano Cera, con una calligrafia fatta a pena e con degli errori grammaticali. Molte parole hanno avuto bisogno di traduzione per essere capite, eppure lasciamo alcuni sbagli che danno una idea dell’epoca. Questo documento è stato trovato un mese fa, nel libro parrocchiale della Parrocchia di San Marco, comune di Camposampiero, provincia e diocesi di Padova, e ci fu inviata dal nostro lettore Cezar Scolari, della città di Costantina (RS), che con perspicacia l’ha veduto e fatto una copia quando ricercava i registri di suoi antenati in quella parrocchia veneta. Scolari ancora ci racconta che questa parrocchia è dell’anno 1300 e li ci sono custodite dati e documenti dal 1470.


Este relato original, nos fala de uma grande seca acontecida tantos anos atrás, no século XVIII, já no final do poder da Sereníssima República de Veneza, que marcou profundamente os nossos antepassados e certamente concorreu para criar uma situação de miséria crônica no Vêneto. Escrito originalmente em latim pelo pároco de então, devido a sua importância histórica, cem anos após foi traduzido em italiano antigo (documento acima) e colocado no livro paroquial de 1877, pelo padre Cristiano Cera, com uma caligrafia feita pena e com alguns erros gramaticais. Muitas palavras necessitaram de tradução para serem compreendidas, entretanto deixamos alguns erros que dão uma idéia da época. Este documento foi encontrado a poucos anos atrás, nos livros da Paróquia de San Marco, município de Camposampiero, província e diocese de Padova, e nos enviada pelo nosso leitor Cezar Scolari, da cidade de Costantina (RS), o qual com perspicácia a viu e fez uma fotocópia, quando pesquisava os registros dos seus antepassados naquela paróquia vêneta. Scolari ainda nos contou que esta paróquia é do ano de 1300 e ali estão guardados dados e documentos desde o ano de 1470.

Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

A Pelagra no Vêneto



Esta é doença endêmica se fez notar inicialmente em algumas partes do Vêneto, ainda no final do século XVIII, para depois, rapidamente, se espalhar por quase todo o território. Em 1776, a autoridade responsável pela saúde da Sereníssima República de Veneza publicou um decreto em que dava conta dessa nova situação e alertava as autoridades, dizia: “Os efeitos perniciosos que poderão causar prejuizo a saúde dos mais pobres, especialmente aqueles habitantes da zona rural do Polesine, Padovano e Veronese, devido a alimentação com sorgo turco imaturo e de má qualidade, em grande parte, colhidos de terrenos alagados pelas enchentes e aluviões, fazem necessário uma maior vigilância e atenção desta autoridade para prevenir as ameaçadoras doenças que poderão surgir com tais hábitos”. Presume-se que as autoridades venezianas já estavam pensando nesta doença e nas implicações à saúde do povo, quando proibiram o comércio e a moagem de milho deteriorado. As primeiras investigações oficiais que se tem notícias aconteceram em 1805, quanto o Vêneto estava sob o domínio do governo austríaco, as quais exortavam os médicos a fazerem estudos e observações sobre o progresso da doença no departamento de Treviso. Na ocasião eles chegaram a conclusão que a causa da doença era devido a qualidade do alimento ingerido pelas popoluções mais pobres, o que não foi aceito por muitos estudiosos que afirmavam que a etiologia era de origem tóxica. As duas correntes de pensamentos, a carencialista e a toxicológica, dividiram o pensamento dos estudiosos da época até 1883 quando foi criado o primeiro pelagrosário italiano, na cidade de Mogliano Veneto. Em 1935 com o isolamento da chamada vitamina PP (pelagra preventing fator) uma substância que não é assimilável pelo organismo na ausência de niacina, triptofano e vitaminas B2 e B6, todos presentes nas carnes, ovos e leite, ficou finalmente demonstrado a etiologia da pelagra. A pelagra é uma doença causada pela falta de niacina (ácido nicotínico ou vitamina B ou vitamina PP) e ou de aminoácidos essenciais, como o triptofano. A pelagra é uma doença que se apresenta clinicamente com três fases: cutânea, intestinal e nervosa. Atualmente ela é conhecida pelo nome de doença dos 3 D, pelos seus três principais sintomas que começam com a letra D. São eles: na fase inicial Dermatite, com o aparecimento de manchas cor escura na pele, eritema, pele seca e áspera, seguido mais tarde pelo aparecimento de crostas. Na segunda fase aparecem as Diarréias, acompanhadas de sangramento intestinal e vômitos. Na terceira e irreverssível fase aparecem as alterações mentais com alterações da conduta e do comportamento, seguindo para a Demência. Atualmente ela é uma doença pouco comum e os casos de pelagra encontrados estão relacionados especialmente com o alcoolismo crônico.

Fonte:
La Piave Federação Vêneta – Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

22 de fevereiro de 2009

Emigração Vêneta – A Longa Viagem



Preparativos para Viagem

Tomada a decisão de emigrar e dado o nome ao agente representante de quem promovia a viagem, a providência inicial era conseguir o passaporte, necessário para toda a família e para tanto necessitava de uma declaração obtida junto a prefeitura da sua cidade. Também tinham que providenciar a obrigatória vacina. Eram meses de preparativos com a venda de tudo que não podiam levar consigo. Roupas, objetos de uso pessoal e ferramentas, eram acondicionadas em grandes caixas de madeira: baús, arcas, sacos. Faziam encontros com os que ficavam, oportunidade em que se despediam de amigos e familiares, não esquecendo da obrigatória última visita ao cemitério. Visitavam também o páraco, do qual pediam a benção e a sua interseção para afrontarem a longa travessia. No dia marcado para iniciarem a viagem, com destino ao porto, despediam-se dos familiares e bem cedo partiam banhados em lágrimas, davam uma derradeira e demorada olhada para trás e seguiam confiantes no seu destino. Chegavam a estação ferroviária e junto com tantos outros que lá se encontravam, seguiam para o porto de Gênova. Para a grande maioria esta viagem até a estação ferroviária já se constituia na distância mais longe que se afastaram das suas cidades. A viagem de trem também era deconhecida para muitos o que gerava medo e apreensão. Em cada estação que o trem parava era a mesma cena: dezenas de homens, mulheres e crianças, subiam carregados de bagagens colocadas em malas de papelão, sacos ou baús de madeira. O destino de todos era o Porto de Gênova onde, pela primeira vez, a grande maioria vinha a conhecer o mar.




A espera no Porto

Chegados ao Porto de Gênova, quase sempre, deviam esperar alguns dias, as vezes algumas semanas, pela partida do vapor que os levaria para a tão sonhada terra “della cucagna”, a prometida América. Durante o período de espera da partida, os emigrantes se viam desamparados e eram submetidos a toda sorte de provações, vendo muitas vezes, os seus poucos recursos economizados, delipendiados por uma gama de aproveitadores, especuladores e ladrões. Roubos de passaportes, dinheiro e bagagens eram constantes. O preço dos alimentos e dos albergues na área do porto eram inflacionados, por comerciantes desonestos, causando muita fome e doenças.


A Travessia do Oceano

Chegada a hora do embarque, o movimento intenso e o barulho de vozes, ordens gritadas e apitos, em torno do vapor, deixavam muito nervosos os emigrantes que se amontovam para não perder a chamada. No barco seguiam as ordens recebidas dos marinheiros encarregados e se dirigiam em grupos aos porões fétidos e sufocantes da terceira classe a eles destinados, onde os esperavam catres com palha, onde ficariam amontoados e nenhuma privacidade. Algumas famílias, para não serem dividas, voltavam dos porões e optavam em viajar na coberta do navio, ao descoberto, onde ali, ao menos, se podia viajar juntos e respirar um ar melhor. Estes suportaram frio intenso e calor sufocante, além dos perigos dos fortes ventos durante as tempestades em alto mar. Os navios no início da grande emigração ainda eram lentos e despreparados veleiros. Depois, vieram aqueles com motor a carvão, estes quase sempre navios de carga, adaptados as pressas para transportar pessoas. A situação higiênica a bordo era muito precária, sem nenhum conforto viajavam com muitos animais vivos que viriam a ser abatidos para servirem de alimentação durante a viagem. Sem médico a bordo, o perigo de epidemias era constante e, de fato, inúmeras ocorreram dizimando muitas vidas, quase sempre de crianças e idosos, cujos corpos eram então jogados ao mar, para o horror das suas famílias. A lembrança da grande travessia ficou indelevelmente marcada na memória dos nossos antepassados, persistindo até hoje nas narrativas dos seus descendentes. Foi o episódio mais marcante na vida dos pioneiros.


A Chegada na Terra Prometida

Ao chegarem ao porto de destino, no Brasil, país destino de milhares de emigrantes vênetos, muitos logo perceberam que tinham sido enganados, iludidos por falsas promessas. Alguns chegaram vinculados à contratos de trabalho que não deixavam margens para arrependimentos ou mesmo possibilidades de retorno. Outros, sem meios de subsistência, não podiam se dar ao luxo de retornarem, mesmo porque na terra natal já não possuíam mais nada. Os desafios que deveriam enfrentar eram ainda muito grandes até chegar a tomar posse do tão sonhado pedaço de terra.

Fonte: La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

20 de fevereiro de 2009

São Marcos Evangelista e Veneza


Judeu de família rica, nascido no século I, provavelmente na Palestina. Foi missionário no Oriente e Roma, onde teria escrito o Evangelho. No ano de 66, da prisão, S. Pedro escrevendo a Timoteo nos fornece as últimas informações a respeito de Marcos, que morreu possivelmente no ano 68, em Alexandria, Egito. Seus restos mortais estavam em uma igreja dessa cidade que foi incendiada pelos árabes no ano de 644 e posteriormente reconstruída pelos Patriarcas da Alexandria até 689. A lenda diz que no ano de 828, neste local, chegaram dois mercadores venezianos, Buono da Malamocco e Rustico da Torcello, que se apoderaram dos restos mortais do Evangelista e os levaram para Veneza, aonde chegaram em 31 de Janeiro de 828. Os despojos de Marcos foram recebidos com grande honra pelo Doge Giustiniano Partecipazio, que era filho de Agnello e sucessor do primeiro doge das ilhas de Rialto. No ano de 832 foi concluída, pelo Doge Giovanni, irmão e sucessor de Giustiniano, a construção de uma basílica para receber definitivamente os restos mortais do santo a qual passou a ser chamada de Basílica de Marcos. No início a esplendida construção em mármore, repleta de ouro e pedras preciosas de todo o Oriente, teve alguns contratempos, tendo sofrido um incêndio no ano de 976, provocado por uma revolta popular contra o Doge Candiano IV, que tinha se refugiado com seu filho dentro da basílica. Na ocasião os revoltosos também, destruíram e incendiaram o vizinho Palazzo Ducale, moradia e sede do governo da Sereníssima República de Veneza. No ano de 976-978, com o seu próprio dinheiro, o Doge Pietro Orseolo I reformou tanto a Basílica como o Palácio Ducal. Mais tarde, no ano de 1063, por ordem do Doge Domenico Contarini I foi dado início a mais uma reforma da Basílica, a qual foi completada pelo seu sucessor Doge Domenico Selvo (1071-1084). No ano de 1071, São Marcos foi escolhido para ser o titular da basílica e patrono da Sereníssima República de Veneza, em substituição a São Teodoro, que até o século XI tinha sido o santo protetor de Veneza. A Basílica foi solenemente consagrada no dia 25 de Abril de 1094 durante o governo do Doge Vitale Falier. Na ocasião, depois da missa celebrada pelo bispo, foram rompidas algumas placas de mármore de uma coluna e encontrada uma caixa com as relíquias. A partir daí a República de Veneza permaneceu indissoluvelmente ligada ao seu patrono, sendo que o seu conhecido símbolo, o Leão Alado, passou a fazer parte do estandarte da Sereníssima República de Veneza, junto os dizeres inscritos no livro: “ Pax tibi Marce, evangelista meus”.



Fonte: La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

17 de fevereiro de 2009

No scordare dell’aringa affumicata appesa nello spago

Tra i brevi ricordi del Veneto, rimasti fino oggi nella memoria degli emigranti che si conserva ancora con i suoi discendenti troviamo l´episodio dell´aringa affumicata appesa allo spago sopra la tavola nei pranzi. I più vecchi raccontanno l´episodio per confrontare la povertà endemica patitte dalle famiglie venete nel fin´Ottocento e inizio del Novecento con l´abbondanza e benessere attuale. È una forma d´avvertimento ai giovani d´oggi che non sano cosa sia la necessità. Ci raccontano che dovuto le brutte condizioni, la mancanza di proteine e cibi di qualità hanno propiziato una serie di malattie, tra cui la pelagra, che portavano via tanti persone. L´episodio dell´aringa: quando ci si sedeva a tavola si era sempre in tanti da sfamare e il cibo pochissimo. Allora, si appendeva un´aringa affumicata ad uno spago penzolante sopra il tavolo e ai commensali si serviva la polenta. A sua volta ognuno strofinava la propria fetta di polenta calda sull´aringa, in modo che la polenta cambiasse sapore. Altre versioni ci parlano del salame e anche delle ossa per il brodo che faceva strada tra i vicini, ogni giorno faceva il brodo di una famiglia.

Não esquecer do arenque defumado atado em um barbante

Entre as poucas recordações do Vêneto, permanecem até hoje na memória dos emigrantes e que se conserva entre os seus descendentes encontramos o episódio do arenque defumado atado em um barbante sobre a mesa nas refeições. Os mais velhos contam esse episódio para fazer a comparação da pobreza endêmica sofrida pelas famílias vênetas no final do século XIX e início do século XX com a abundância e bem-estar atual. É uma forma de advertimento aos jovens de hoje que não sabem que coisa seja a necessidade. Nos contavam que devido as péssimas condições, a falta de proteinas e alimentos de qualidade propiciaram uma séria de doenças, entre elas a pelagra, que ceifaram a vida de tantas pessoas. O episódio do arenque defumado: quando se sentavam à mesa estavam sempre em muitos para alimentar e a comida era pouquíssima. Então se amarrava um arenque defumado com um barbante e o pendurava por sobre a mesa enquanto se servia a polenta. Cada um a sua vez esfregava a sua fatia de polenta quente no arenque pendurado, de modo que a polenta mudasse de sabor. Outras vesões nos dizem do salame e também do osso para o caldo, que percorria toda a vizinhança, cada dia fazia o “brodo” de uma família.

Fonte: La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

15 de fevereiro de 2009

Proverbi Veneti Antichi

1. Le perpètue dei preti prima le dise: le galina del prete, po’ le dise, le nostre galine e dopo le dise: le me galine.
2. Se volì vedar el dilùvio universal, metì dòdese preti a tola a disnar.
3. Prete e ebreo no gh’è la difarenza d´un scheo.
4. Vardarse dal vento e dai frati che lassa el convento.
5. Preti e capitèi, caveve ‘l capelo e rispetei.
6. Tuti no pol star a messa darente al prete.
7. Quando el Signor no vol, gnanca l´omo no pol.
8. Confessor vècio, e dotor pì ancor.
9. Sacreti de Dio, sacreti de’ sovrani e malizia de’ vilani, no gh’è nissún che la conossa.
10. Ogni santo mèrita la so candela.
11. Piove le aneme a l´inferno come la neve a l´inverno.
12. No gh’è nissún ladron che no gh’ava la so divozion.
13. Bisogna impissar na candela al diavolo e una a Sant´Antonio.
14. I preti fa boger la pignata co le fiame del purgatorio.
15. I siori g’ha el paradiso de qua, e quel di là se lo comperano.
16. La lontananza l’è fiola de la dimenticanza.
17. Un pare mantien sete fioi, e sete fioi no i ze boni da mantegner un pare.
18. Amor senza barufa, fa la mufa.
19. Putela tropo in strada, perde la strada.
20. Le fémene e le vache bone, no le va mai fora de paese.
21. Amor no fa bogere la pignata.
22. Fà la corte a le vècie se ti vol piaserghe a le zòvene.
23. Dona scompagnada, la ze sempre mal vardada.
24. Se tuti i bechi portasse un lampion, che gran iluminazion...
25. A galina che ghe piase el galo, ghe piase anca el so ponaro.
26. Verze riscaldà e mugér ritornà, no le ze mai bone.
27. La dona va sogeta a quatro malatie a l´ano, e ognuna dura tre mesi.
28. Se ocio no smira, cuor no sospira.
29. Tuti quanti semo mati, per quel buso che semo nati.
30. Ogni fémena è casta, se no l´ha chi la cazza.
31. Amore, tosse e panza no i se sconde.
32. I ledamar vicin de le stale, e le fie maridade lontan da le mare.
33. Caval, putana e persegar, trent´ani no i pol durar.
34. El ze meglio aver i corni in scarsela che in testa.
35. Co’ l caveo tra al bianchin, lassa la dona e tiente al vin.
36. Tosa smemorada, tosa inamorada.
37. Vin vècio e dona zòvene.
38. Na casa senza dona la ze ‘na lanterna seza lume.
39. Se ve piase la fia, coltivè la mare.
40. Vardite da le done co la barba.
41. Tuto quel che s’ha perso se pol ritrovar, ma la mare mai.
42. El tempo, el culo e i siori, i fa tuto quel che i vol lori.
43. A tola no se vien veci.
44. Bisogna menar el dente, conforme uno se sente.
45. Chi no g’ha fame o l’è malà o l´ha magnà.
46. Un pasto magro e un bon, mantien l´omo in ton.
47. Chi magna presto, magna poco.
48. La meio carne la ze quela darente da l’ osso.
49. El vin l`è bon per chi lo sà bèver.
50. El vin fa gambe.
51. El lardo vècio consa la minestra.
52. L´ultimo goto l´è quel che imbriaga.
53. El manzo curto e grosso, e lontan da l´osso.
54. Quando uno el ze imbriago, tuti ghe vol dar da béver.
55. El pèvere le ze picolo, ma pizzica.
56. Chi è vissin a la cusina, magna la minestra calda.
57. Bacalà a la visentina, bom de sera e di matina.
58. El bovolo el ze um pasto fin, bon par el vècio, bon par putin.
59. Anara lessa e bigolo tondo, a la sera contenta el mondo.
60. A l´osteria no vago, ma co ghe son ghe stago.
61. La bota piena no fa rumore.
62. Le bestie se trata da bestie.
63. Caval che varda indrio, el g’ha pova voia d´andar avanti.
64. Sia da cavalo, sia da mulo, sta ter passi lontan dal culo.
65. Co la cavezza se liga i cavai, co la parola i omeni.
66. Chi magna le oche del re, resta sofegà da le pene.
67. Se ciapa pì mosche co una gozza di miele che con una bota de asedo.
68. Chi bastona el so caval bastona la so scarsela.
69. Tagia la coa del can, el resta can.
70. No tocar can che rósega, nè zogador che perde.
71. Col pan se fa balare i can.
72. El galo prima de cantar, el sbate le ale ter volte.
73. De genaro, ogni galina fa gnaro.
74. Da barufe de vilani e da amore de cani starghe lontani.
75. Fioi e colombi sporca le case.
76. Un galo senza cresta el ze um capon, un omo senza barba el ze un coion.
77. Gato serà deventa leon.
78. L´inverno l’è ‘l bioa dei vèci, el purgatorio dei puteleti e l´inferno dei poareti.
79. Aprile e magio i ze la ciave de tuto l´ano.
80. El caligo purga el tempo.
81. Alba rossa, o vento o giozza.
82. Quando el galo canta zo de ora, doman no ze pì ‘l tempo de sta ora.
83. Aqua turbia no fa spècio.
84. Um´ora de bon tempo suga la strada.
85. La piova lenta la ze quela che bagna.Segno in zielo, desgrazie in tera.
86. Ària di finestra, colpo di balestra.No se pol dir bel zorno, se no ze sera.
87. Casa neta e campo sporcà.
88. I campi vizin al laomaro i ze sempre grassi.
89. La scuria salva dal fosso.
90. L´ultimo racolto el ze quel dei mincioni.
91. Tuti i cesti i ga el so mánego.
92. Né can, né vilan no séra mai porta.
93. No lodar ‘l to can da caza, né ‘l to caval, né to mugér.
94. Ramo corto vendema longa.
95. Trer aseni e un vilan fa quatro bèstie.
96. L´inverno se no ‘l mòrsega coi denti, frusta con la coda.
97. Le disgrazie le ze sempre pronte, come tole de le osterie.
98. Co se sta ben, se more.
99. Co poco se vive e co gnente se more.
100. La morte no la ga lunàrio.
101. Co la boca no sbate, le tete no fà late.
102. Cul che caga no ghe oro che lo paga.
103. Mèdego vècio e chirurgo zòvane.
104. El soldo fà soldo.
105. Chi vol vendere mete in mostra.
106. Chi roba se fa siori.
107. Novo paron, nova lege.
108. Chi è senza lume el va in leto a l´orba.
109. I primi a entrar n´tel saco, i ze i ùltimi a vegnir fora.
110. Chi fa la festa no la gode.
111. Venésian gran siori, Padovan gran dotori, Visentin magna gati, Veronesi tutti mati, Udinesi castelani col cognome de Furlani, Trevisan pan e tripe, Rovigoti baco e pipe, Cremaschi fa cogioni; ghe n´è anca pì triste, Bergamaschi brusa-cristi.
112. Chi va drio ai altri, no passa mais avanti.
113. El gobo, el zoto e l´orbo, i ga el diavolo in corpo.

Fonte: Arquivos La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS Brasil
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

14 de fevereiro de 2009

Talian, o Vêneto Brasileiro - Regras de Acentuação

O Talian é uma língua de comunicação criada no Rio Grande do Sul pelos emigrantes italianos chegados a partir de 1875. Os recem-chegados foram instalados em linhas e travessões das colônias, sem respeitar as suas origens, sua língua e seus usos e costumes, criando evidente problema de entendimento entre eles. Da necessidade de entender-se foi sendo criada uma nova língua de comunicação, muito mais vêneta do que daquelas outras regiões da Itália que também formaram o grande contingente de italianos que aqui chegaram. Como em geral os vênetos representavam a grande maioria dos imigrantes italianos, é compreensível que também a sua forma de falar viesse a ter papel predominante na nova língua, fato que, por outro lado, pode ser comprovado nos locais onde a predominância era, pelo contrário, de lombardos ou friulanos, a predominância das palavras dos seus dialetos se torna evidente no Talian falado nesses locais.

Acentos gráficos no Talian

1- Acento grave (`) se usa para indicar os sons abertos. Ex: fràgola
2- Acento agudo (´) é usado para sinalizar os sons fechados. Ex: doménega

Regra nº1 – Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex.: Véneto, mèrcore, basìlico. Ménego
Regra nº2 – As palavras paroxítonas não são acentuadas, com exceção daquelas terminadas em ditongo crescente. Ex.: orgòlio, calvàrio
Regra nº3 – As palavras oxítonas que terminam com consoante não são acentuadas. Ex.: talian
Regra nº4 – As oxítonas não monossilábicas que terminam em vogal serão acentuadas. Ex: bacalá
Regra nº5 – As palavras monossilábicas só serão acentuadas quando possuirem um homógrafo átono. Ex.: dó (em baixo) de do (dois)

Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

13 de fevereiro de 2009

La Befana


É uma festa que acontece com a Epifania, no dia 6 de Janeiro. O uso de presentes é típico desta festa difusa por quase toda a Itália. A Befana no Vêneto é uma espécie de fada ou bruxa, sempre camarada para as crianças "boas" e comportadas, mas maldosa para aquelas "ruins", que não se comportaram bem durante o ano. Aos primeiros, ela entrega doces, brinquedos ou pequenos presentes, para os outros traz somente carvão. É tradição em vários municípios vênetos que a Befana venha acompanhada de um pequeno burrinho, mas em outros, a lenda diz que ela viria à noite, montada em uma vassoura. Um tempo atrás, antes da introdução da tradição do Papai Noel, para as crianças vênetas, era a Befana que trazia os presentes que elas encontravam na meia ao amanhecer, quando acordavam. As meias eram especialmente penduradas na noite anterior com este objetivo.

Fonte: Arquivos La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

12 de fevereiro de 2009

Batalha de Lepanto


Em 1570 o grande Império Otomano estava em franca expansão, ganhando cada vez mais terreno, se apoderando de privilegiadas posições Venezianas ao longo do Mediterraneo oriental após inúmeras vitórias contra as forças ocidentais. A Batalha de Lepanto, considerada um dos maiores encontros bélicos navais ocorridos naquelas águas, teve a finalidade de impedir o avanço dos turcos que já ameaçavam invadir o ocidente, impondo suas leis e religião, ao mesmo tempo em que estavam contrariando os interesses econômicos das potencias ocidentais da época. Para enfrentar o eminente perigo, e Veneza era sem dúvida o Estado mais ameaçado de invasão, foi criada, com a ajuda do Papa Inocêncio III, uma Liga de Nações, que recebeu o nome de Liga Santa, formada pela Sereníssima República de Veneza, reino da Espanha, de Genova, Lucca, Genova, os Gonzaga de Mantova, os Estensi de Ferrara, os Della Rovere de Urbino, o duque de Savoia, o granduque de Toscana, os Cavaleiros de Malta e o Papado. As despesas foram divididadas em seis partes: três a cargo da Espanha, duas de Veneza e uma do Papa. Foi assim reunida uma grande armada, com mais de 200 navios, sendo que somente a Sereníssima República de Veneza participou com uma frota de 105 navios de guerra, construídos em seu famoso Arsenal. Entre esses navios, participou da batalha a chamada Galeaça Veneziana, nova embarcação guerra até então desconhecida, construída em segredo e que possuía um castelo de proa redondo equipado com 9 canhões dispostos em círculo, com área de tiro de 360º, além dos outros quase 30 fixados lateralmente na embarcação, o que a tornava muito eficaz em encontros a curta distância, apesar de ser uma embarcação lenta. Ela foi um dos fatores decisivos para a vitória da Liga Santa. A frota turca era formada por mais de 230 navios de guerra. As duas armadas se enfrentaram em batalha na manhã do dia 07 de Outubro de 1571, nas águas da ilha de Lepanto, na Grécia, e durou aproximadamente 4 horas. A Batalha de Lepanto foi a mais memorável vitória militar de Veneza, e o dia passou a ser feriado. Ela marcou o fim da potência marítima otomana. Essa vitória das forças da Liga Santa é considera um importante marco que mudou o rumo da história.

Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Lessiòn de Vèneto

PRIMA LEZIONE

Il vèneto è parlato sotto forma di diverse varianti (veneziano, veronese, trevigiano, feltrino-bellunese, padovano-vicentino-polesano detto veneto centrale, e fuori dal Veneto) ma ha delle strutture comuni. E` quindi possibile raggiungere una lingua unitaria scritta lasciando vive le diverse varianti di pronuncia. Anche se, è bene notarlo, alcune variazioni di pronuncia si riflettono sulla grammatica (per esempio i plurali o i verbi)…

Dove è possibile le pronuncie vengono unificate con un’unica grafia, dove non è possibile si opereranno delle scelte ma l’importante è: 1) non usare lettere che favoriscono la pronuncia errata italianizzante dei giovani ; 2) Se si fanno delle scelte, seguire un procedimento democratico (legge della maggioranza) o basato sull’autorità della storia; 3) Non scrivere in modo troppo complicato ma, nei limiti dell’unificazione, usare una grafia regolare che possa essere facilmente imparata anche da chi non conosce il veneto in modo che sia più facile diffonderlo.

L-tajà: Ł, £ = L-normale oppure E-breve o muta (suono evanescente).
Ła ba£a (pronuncia /la bala/ oppure /’a baea/) = la palla
Łe sca£e (pronuncia /le scale/ oppure /’e scae/) = le scale
El co£or (pronuncia /el colór/ oppure /el coeór/) = il colore
Łóre (pronuncia /lóre/ oppure /eóre/) = esse, loro (femm.)
Łigo (pronuncia /ligo/ oppure /’igo/) = lego, allaccio

Questa lettera unifica due diverse pronuncie (la prima è veronese e feltrino-bellunese o rustica) e inoltre ha il pregio di risolvere parecchi casi di ambiguità anche quando non viene pronunciata. Ad esempio:

ba£i (=balli) rispetto a bai (=vermi,insetti)
scó£e (=scuole) rispetto a scóe (=scope)
cava£i (=cavalli) rispetto a cavài (=tolti)
anima£i (=animali) rispetto a animài (=animati)
va£e (=valle) rispetto a vae (sinonimo di vaga= che vada)
corte£o (=coltello) rispetto a corteo (=corteo)
mìsi£e (=missile) rispetto a misie (congiunt. di misiar=mescoli)

Questi sono solo alcuni esempi per spiegare l’utilità di questo simbolo (che è usato, con scopi diversi, anche in polacco).

Un altro simbolo che unifica a livello scritto due varianti di pronuncia è:

J: = i-breve oppure gi (pronuncia veneziana).
ojo (pronuncia /oio/ oppure /ogio/) = olio
maravéja (pronuncia /maravéia/ oppure /maravégia/) = meraviglia
bóje (pronuncia /bóie/ oppure /bógie/) = bolle, bollono


Ricordiamo, infine un’altra regola fondamentale delle Parlade Vènete Unificàe:

O, E finali: si leggono oppure sono mute (pronuncia feltrino-bellunese)

tenpo (pronuncia /tenp(o)/) = tempo
toco (pronuncia /tòc(o)/) = pezzo
sente (pronuncia /sent(e)/) = sente, sentono
mónte (pronuncia /mónt(e)/) = monte

In una grafia unitaria è corretto scrivere queste vocali perché esse si usano in quasi tutte le varianti, però a livello di pronuncia è altrettanto lecito lasciarle anche mute rispettando il feltrino

SECONDA LEZIONE

Altre lettere con doppia pronuncia sono S / X ma il loro utilizzo è comunque molto regolare perché ogni lettera ha un suono (ed eventualmente una variante). Ricordiamo che l’uso della lettera Z tende notevolmente a rafforzare gli errori di pronuncia dei giovani, che la leggono all’italiana oppure come la Z spagnola anche quando in realtà è usata per rappresentare il suono ‘dh’.

S: sempre come in spagnolo = Ss italiana di “rossa”.
Zs: = Ss italiana di “rossa” oppure =TH inglese.
Pasar (pronuncia /passàr/ ) = passare
Baso (pronuncia /basso/ ) = basso
Masa (pronuncia /massa/ ) = troppo
Piazsa (pronuncia /piassa/ oppure /piatha/) = piazza
Giazso (pronuncia /giasso/ oppure /giatho/) = ghiaccio
Senzsa (pronuncia /sensa/ oppure /sentha/) = senza
Mése (pronuncia /mésse/ ) = messe
Rósa (pronuncia /róssa/ ) = rossa
Verso (pronuncia /vèrso/ ) = verso
Sente (pronuncia /sente/ ) = sente
Se (pronuncia /se/) = se
Sórso (pronuncia /sórso/) = sorso

X: sempre come portog. “exemplo” = S ital. di “rosa” anche in inizio di parola.
Zx: come portog. “exemplo” = S ital. di “rosa” oppure =DH inglese.
Roxa (pronuncia /ròsa/ ) = rosa
Mezxe (pronuncia /mèse/ oppure /mèdhe/) = mezze
Méxe (pronuncia /mése/) = mese
Baxo (pronuncia /baso/ ) = bacio
Caxa (pronuncia /casa/ ) = casa
Pianzxe (pronuncia /pianse/ oppure /piandhe/) = piange, piangono
Verzxo (pronuncia /vèrso/ oppure /vèrdho/) = apro
Zxente (pronuncia /sent(e)/ oppure /dhent(e)/) = gente
Xe (pronuncia /sè/) = è, sono
Sórxo (pronuncia /sórso/) = topo (anche sórxe)

In pratica i gruppi ZS,ZX rappresentano le versioni "a doppia pronuncia" delle corrispondenti lettere S/X.
Il gruppo Zs rappresenta lo stesso suono di S quando esso ha anche l'alternativa interdentale TH.
Il gruppo Zx rappresenta lo stesso suono di X (S-sonora) quando esso ha anche l'alternativa interdentale DH.

Attenzione: le parole pasion, mision, sesion ecc… hanno una sola pronuncia e si distinguono da quelle come nazsion, azsion, direzsion, sezsion… che hanno due pronuncie. Per esempio:

Sesion (pronuncia /sessión/ ) = sessione
Tension (pronuncia /tenssión/) = tensione
Atenzsion (pronuncia /atenssión, atenthión/ ) = attenzione
Sezsion (pronuncia /sessión, sethión/ ) = sezione
Pasion (pronuncia /passión/ come in spagn.) = passione
Azsion (pronuncia /assión, athión/ ) = azione
Le parole ocaxion, desixion, invaxion e quelle in –vixion sono regolarmente con X (=s sonora italiana)

TERZA LEZIONE

-L, -R finali: sono pronunciate come sono scritte oppure seguite da vocale (veneto centrale)

Dotor (pronuncia /dotór(e)/) = dottore
Vardar (pronuncia /vardàr(e)/) = guardare, osservare
Parol (pronuncia /paról(o)/ [o paróeo] ) = paiuolo, pentolone
…In una grafia unitaria è giusto scrivere –L , –R finali perché questa è la pronuncia della maggioranza delle varianti, ma nel parlato niente vieta di aggiungere la vocale come nel veneto centrale.

In fine, ricordiamo che il veneto ha un altro gruppo di suoni che non esiste in italiano: s + ci, s + ce che si pronunciano separati e non “sci, sce” all’italiana…

S-c , s·c: si pronunciano sempre separate

S-cioco , s·cioco (pronuncia /s.ciòc(o)/ ) = schiocco, scoppio
Fis-ciar, fis·ciar (pronuncia /fis.ciàr(e)/ ) = fischiare
Mas-cio, mas·cio (pronuncia /mas.cio/ ) = maiale

Chiarito l’uso delle lettere passiamo a vedere le regole di accentuazione: per una lingua come il veneto, spesso distorta dai presentatori in Tv e poco conosciuta fuori dalle nostre zone, è molto importante l’uso degli accenti perché permette una corretta pronuncia anche a chi non la conosce.

1) L’accento non si segna sulle parole che finiscono in consonante: infatti cade automaticamente sull’ultima vocale ed è quasi sempre chiuso: paron (pron. /parón/) , saver (pron. /savér/) , parol (pron. /paról/) , cantar (pron. /cantàr/) …
2) L’accento si segna in penultima posizione solo su ó-chiusa ed é-chiusa: sóto (pron. /sóto/ =sotto) ma soto (pron. /sòto/ =zoppo) ; bóta (pron. /bóta/ =botte) ma bota (pron. /bòta/=botta) ; méxe (pron. /mése/ =mese) ma mexe (pron. /mèse/ , /mèdhe/ =mezze) ; e così via… néto, nóvo, famóxa, péro, cavéjo…
3) Si segna sempre in tutte le altre posizioni: àsido, òstrega, tiènte£o, invìtene, metarò, finìo, savùo, pòrtene£o, partìi, sentìa, segretarìa (=segreteria) diverso da segretaria (=segretaria)…
4) Non si segna sugli avverbi in –mente e su alcune parole di uso molto frequente: normalmente (pron. /normalménte/) , stranamente (pron./stranaménte/)… questo, que£o, fora, insieme, come…

N.B.: sarebbe consigliabile scrivere con qû- le seguenti parole per indicare le diverse pronuncie che esse hanno: qûel (=kél, kuél) , qûesta (=késta, kuésta) , qûe£e (=kéle/kee, kuéle/kuée) , qûi (=kì/kuì) etc… Se non si ha il simbolo "û" esse si possono scrivere con q-: qel (=kél, kuél) ; qe£e (=kéle/kee, kuéle/kuée) e anche qûi (=kì/kuì) che ha un significato diverso da "chi/ci"…

Infine, notiamo che l’accento serve anche a distinguere alcune parole simili che hanno però significato diverso:

a) so (=io so) è diverso da so’ (=io sono) e diverso da só (=suo/a/oi/e)

b) me (=mi) è diverso da mé (=mio/a/ei/e)
“me pare = mi pare,sembra” mentre “mé pare = mio padre”
“£a me domanda = (lei) mi domanda” mentre “£a mé domanda = la mia domanda”

c) to! (con o-aperta =eccoti!) è diverso da to’ (=prendi!) e diverso da tó (=tuo/a/oi/e)

d) dighe (=dighe) , dìghe (=digli,dille, di’ a loro) ; dame (=dame) , dàme (=dammi)
fame (=fame) , fàme (=fammi) ; porte£a (=sportello, porta) , portè£a (=portàtela)
jùtene (=aiutaci) , jutène (=aiutateci) ; scólteme (=ascoltami) , scoltème (=ascoltatemi)…

QUARTA LEZIONE

Abbiamo visto che, per la legge della maggioranza, è più giusto scrivere dotor, sentir, fiol, parol ecc... anche se poi nella pronuncia si può aggiungere una vocale. Per lo stesso principio abbiamo visto che in una lingua scritta unitaria è meglio usare forme come mónte, toco, tenpo, el sente ecc… anche se poi nella pronuncia le vocali finali possono essere tralasciate.

Ma i plurali di questi nomi come si fanno? E anche i verbi presentano voci “ambigue”, come vedremo.
Cosa fare? Purtroppo, questi sono due casi in cui le diverse parlate venete variano molto. Consideriamo le parlate genuine (e non lo pseudoveneto di città, che in realtà è italiano travestito da veneto).

Guardate qua:

a) Veronese-Venez.(-Trevig.meridion.) : el mónte à (plur.) i mónti ; el ségno à (plur.) i ségni
b) Feltr-Bellun. (Trevig. settentr.) : el mónt à (plur.) i mónt ; el ségn à (plur.) i ségn ; (paronàparogn…)
c) Padov-Vicent-Polesano (parte del Veron., asolano, gradese) : el mónte à i munti ; el ségno à i signi

A questo punto, almeno a livello scritto, sarebbe più giusto scegliere le ultime forme. (tra l’altro anche alcune zone del bellunese hanno paronà parui…). Sono forme che si presentano un po’ in tutto il territorio veneto anche se “a macchia di leopardo”


E anche nei verbi c’è una situazione simile:

a) Venez.-Trevig. : el sente à ti sente (te sente) ; el véde à ti véde (te véde)
b) Veron. : el sente à te senti ; el véde à te vedi
c) Feltr-Bellun.-(Trevig.settentr.) : el sent à te sent (tu sent) ; el vét (el véd) à te vet (te véd)
d) Padov-Vicent-Poles. (parte del Veron., asolano, gradese) : el sente à te sinti ; el véde à te vidi

Come vedete, se cerchiamo le forme autentiche delle varie zone, sarebbe più giusto scegliere le ultime forme a livello di scrittura unitaria. Poi parlando, ognuno è libero di fare quel che vuole.

Quindi, riassumendo, ecco cosa fare in questi casi:
ó-chiusa in penult. posiz. (-o in ultima) à -u: el mónteà i munti, el paronà i paruni, el fiolà i fiu£i… ma el tocoà i tochi, l’ortoà i orti, el moroà i mori…
é-chiusa in penult. posiz. à -i: el ségnoà i signi, el sécioà i sici, el védeà te vidi, nétoà niti…
ma el trenà i treni, el piaxerà i piaxeri, el perdeà te perdi…
combinazione -o-ó à -u-u: el moróxoà i muruxi, el dotorà i duturi
combinazione -o-é à -u-i: l’argoméntoà i arguminti, el moméntoà i muminti, movéaà te muvivi


Ricordiamoci poi, che i nomi femminili in ­­–e restano invariati al plurale (anche se i giovani che parlano l’italiano tendono a fare confusione facendo anche il plurale veneto in –i). Quindi:

na ciave à dó ciave (non “ciavi” che è italianeggiante)
£a nave à £e nave (non “navi” che è italianeggiante)
£a fòrbexe à £e fòrbexe
na straje à £e straje
ecc…

mentre: na vocalà dó voca£i ; £a nathionalà £e nathiona£i ; el/£a cantante à i/£e cantanti, ecc… perché terminano in consonante (-l) oppure non sono nomi prettamente femminili ma misti (cioè masch/femm)

QUINTA LEZIONE

Ormai siamo alla fine, restano da vedere alcune forme verbali e poi le principali regole di unificazione sono terminate. Abbiamo visto le forme del tipo: el movéa à te muvivi , el savéaà te savivi e ovviamente quelle analoghe che movése à che te muvisi, che ’l savéseà che te savisi ecc…

Guardiamo ora i futuri:

Veron.-Padov-Vicent-Polesano: el cantarà à te cantarè
Venez.-Trevig.-Bellun.: el cantarà à ti cantarà (tu cantarà/te cantarà)

In questo caso per la legge della maggioranza scegliamo le prime forme: te cantarè, te pensarè, te savarè, te finirè ecc…escludendo il veneto nord-orientale.


Analogamente tra le seguenti forme:

Veronese-Venez-Trevig-Bellun: (voaltri) cantarè, canterè
Padov-Vicent-Polesano (=veneto centr.): (voaltri) cantarì

In questo caso il veneto centrale risulta in minoranza quindi si sceglieranno le forme (voaltri) cantarè, savarè, finirè ecc…


Ora i principali punti di disaccordo tra le diverse varianti venete sono unificati, le restanti variazioni minori possono essere accettate contemporaneamente e saranno il tempo e l’uso a decidere quali diventeranno più “ufficiali” e quali saranno escluse. Per il momento non ha senso decidere un’unificazione nei minimi dettagli…anche perché molte lingue, come inglese e spagnolo presentano doppie forme verbali e questo non vuol dire che non siano lingue unitarie (pensiamo a it is->it’s , I have -> I’ve , He would go -> He’d go oppure spagnolo fuera -> fuese , cantara -> cantase , cantáramos -> cantásemos ecc…)

Fonte: Arquivos da La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS

11 de fevereiro de 2009

Sposalizio del Mare


O Sposalizio del Mare está entre as mais antigas e conhecidas tradições vênetas e se refere a uma antiga cerimônia que se realizava durante a Festa della Sensa, ou da Ascenção, que simbolizava o domínio marítimo de Veneza. Ela foi instituída por volta do ano 1000 para comemorar a conquista da Dalmazia pelo Doge Pietro Orseolo II e para tal foi escolhido o Dia da Ascenção, uma vez que este tinha sido o dia em que o doge partiu para aquela expedição. A cerimônia consistia de uma procissão de embarcações, tendo a frente o barco do doge, este a partir de 1253 foi chamado de Bucintoro. Esta procissão saía da laguna veneta até o porto do Lido. Neste local, frente a igreja consagrada a S. Nicolò, patrono dos navegantes, era então recitada uma oração "para nós e para todos os navegantes o mar possa ser calmo e tranquilo". Em seguida o doge e acompanhantes eram solenemente aspergidos com água benta, sendo o resto jogado ao mar enquanto os sacerdotes entoavam um hino religioso apropriado. No ano de 1177 o papa Alexandre III conferiu maior importância religiosa a esta solenidade como retribuição à Veneza do apoio recebido na luta contra Frederico Barbarossa. Na mesma ocasião o doge também deixava cair o seu anel na água, consagrando-o ao mar, seguindo talvez um rito pagão mais antigo, proferindo as palavras: "Te esposamos, Mar. Em sinal de verdadeiro e perpétuo domínio". Declarava assim Veneza e o Mar unidos indissoluvelmente, reforçando o domínio sobre o Mar Adriático.

Fonte: La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Capodanno Veneto


Nos dias de hoje já não se ensina mais nas escolas que na nossa antiga tradição vêneta o ano começava em 1º de Março e não em Janeiro como aprendemos. Realmente é esquisito e pouco compreenssível que no nosso calendário o mês de Setembro seja o 9º mês do ano e não o sétimo como o nome está dizendo (Settembre), ou que Outubro seja o 10º mês e não o oitavo (Ottobre), que Novembro seja o 11º mês e não o nono (Novembre= Nonno) ou ainda que Dezembro seja o 12º mês e não o décimo (Dicembre = dieci). Nos parece inconcebível que o Ano Novo se inicie no inverno (hemisfério norte), a estação mais fria onde a natureza parece parar. O antigo costume vêneto respeitava o rítmo natural das coisas: o Ano Novo nasce com o alvorecer da Primavera, juntamente com a vida que se renova. Com esta simples explicação fica muito mais fácil entender o nome dos meses do nosso calendário. Infelizmente, por razões diversas, a escola e o governo italiano procuraram sempre meios para fazer cair no esquecimento de todos essa e outras nossas antigas tradições. Entretanto a tradição do Capodanno Veneto ainda resiste e alguns municípios vênetos, principalmente aqueles da Pedemontana del Grappa, onde podemos ver as fogueiras do Brusamarzo, que "queimam" o ano que finda.

Fonte:
La Piave FAINORS Federação Vêneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Carnevale di Venezia


Segundo os os estudos de pesquisadores e historiadores vênetos, as origens do Carnaval de Veneza, o mais famoso da Itália, se encontram no século X. Dizem que no "Giovedì Grasso", a Terça-Feira gorda, se celebrava a vitória do Doge Vitale Michiele contra Ulrico, este Patriarca de Aquilea, no ano de 1162. Com a finalidade de recordar a derrota sofrida, os sucessores do Patriarca eram obrigados a enviar ao Doge um certo número de animais cuja carne era destinada aos nobres, ao clero e ao povo. Este dia acontecia uma festa que se prosseguia com espetáculos animados por saltimbancos, jogos, fogos de artifício e o famoso "Volo dell´Angelo" também conhecido como "Volo della Colombina", no qual um acrobata, com o auxílio de uma corda, subia a torre do Campanile di S. Marco, voltando com um maço de flores que eram oferecidas ao Doge. Posteriormente o governo "della Serenissima" oficializou o carnaval em 1296, declarando dia festivo a Terça-feira gorda, o dia precedente da Quaresma. Com o passar dos séculos a duração da festa foi aos poucos aumentando os dias de duração. Por volta do ano de 1638 o carnaval de Veneza conquista a fama de atração turística européia e a cidade passou a ser conhecida como a "Città del Carnevale". Aos poucos também foi se consolidando a tradição do uso das belas fantasias e principalmente das conhecidas máscaras brancas, usadas por homens e mulheres e do chapéu preto de três abas.

Fonte:
La Piave FAINORS - Federação Veneta - Erechim RS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta